terça-feira, 9 de março de 2010

Coliseu de Roma

Introdução

O Coliseu, também conhecido como Anfiteatro Flaviano, deve o seu nome à expressão latina Colosseum (Coliseus no latim tardio), devido à estátua colossal de Nero Claúdio César Augusto Germânico que se situava perto do Coliseu (Nero foi o Imperador Romano que governou de 13 de Outubro de 54 até a sua morte a 9 de Junho de 68). O Coliseu está situado no centro de Roma há quase 2000 anos. O último registo da sua utilização remonta ao séc VI da nossa era. Tendo em conta que já se passaram muitos anos, o Coliseu já foi alvo de pilhagens tendo igualmente sofrido danos devido a terremotos mas nunca deixou de ser o símbolo do Império Romano. Actualmente o que resta do edifício original? O lado norte do muro exterior continua de pé incluindo 31 das originais 80 entradas. O Coliseu de Roma foi construído entre os anos 70 e 90 d.C. tendo a sua construção sido iniciada por Vespasiano de 68 a 79 d.C., mais tarde inaugurada por Tito por volta de 79 a 81 d.C. e terminada por Dominicano, filho de Vespasiano e irmão mais novo de Tito, por volta de 81 a 96 d.C. O Coliseu era um local onde se apresentavam espectáculos. Combates de gladiadores (muneras) e representações de guerras ou caçadas. Actualmente, o Coliseu é uma das maiores atracções turísticas de Roma e no dia 7 de Julho de 2007 foi eleito como uma das “Sete Maravilhas do Mundo Moderno”. Todas as Sextas Feiras Santas (Religião Católica) o Papa lidera a procissão da Via Sacra até ao Coliseu, isto porque se dizia que cristãos foram mortos na arena, embora não haja nenhuma prova histórica de que tal tenha sucedido. O Que é a Via Sacra? A Via Sacra é uma antiga via Romana. Era a principal via da Roma antiga indo desde a Colina do Capitólio, passando por alguns lugares religiosos mais importantes do Forúm, onde a via era mais ampla, até chegar ao Coliseu. Nesta via, repleta de templos, realizavam-se festivais religiosos, e aí se reuniam as multidões para conversar, jogar dados, fechar negócios ou assegurar a justiça entre os cidadãos. Era igualmente onde muitos generais vitoriosos celebravam os seus feitos. A Via Sacra é hoje a representação simbólica do percurso de Cristo até ao Clavário. Tem, portanto, várias estações ou paragens onde os católicos rezam e assim refazem os momentos importantes desse percurso. Localizado em terras pantanosas entre a Colina Esquilino e a Colina Celio, o Coliseu de Roma foi o primeiro anfiteatro permanente a ser construído em Roma. O seu tamanho monumental e grandeza, bem como a organização prática e eficiente para a produção de espetáculos e para controlar as grandes multidões fazem dele um dos grandes monumentos arquitetônicos realizados pelos antigos romanos. Agora parcialmente destruído, originalmente possuía uma capacidade de albergar perto de 50 000 espectadores. O Coliseu de Roma demorou 8 a 10 anos a ser construído e a obra está situada a leste do Forúm Romano. Nota relevante é a de que a praça em torno do Coliseu é provavelmente um dos poucos lugares em Roma que está actualmente no mesmo nível que nos tempos antigos pela seguinte razão: na cidade de Roma, com cerca de 2600 anos, as camadas de construção das estradas e edifícios têm-se acumulado umas por cima das outras, sendo o nível da antiga cidade de Roma de cerca de 8-15 metros abaixo do actual. Porém o Coliseu foi contruído não sobre ruínas de outras construções mas sim sobre o antigo lago do Palácio de Nero depois de atolhado, sendo esta a razão que faz com que ao pisarmos as pedras dessa praça estarmos a pisar as mesmas onde os antigos romanos caminhavam. O nome oficial do anfiteatro foi “ Anfiteatro de César”, mas os romanos chamavam-lhe o Coliseu, “arena” ou “cavea”. Apesar disto, o nome “Coliseu” remonta ao séc XI e a sua origem é incerta. É uma excepção de entre todos os anfiteatros do Mundo pelo seu volume e relevo arquitectónico.

ARQUITECTURA

A forma eliptíca do Coliseu é um fantástico exemplo de engenharia arquitectónica. A fachada tem 48.5 metros de altura e os seus 80 arcos serviam de entrada para os 55000 espectadores que podia conter. As colunas exteriores estão divididas em três ordens arquitectónicas ou estilos: o Dórico, Jónico e Coríntio. A arquitetura romana mesclou influências etruscas e gregas com características próprias, tendo um grande reflexo na construcção do Coliseu em termos de estrutura e estilo. Dos etruscos herdaram as técnicas que lhes permitiram a utlização do arco e da abóbada. Dos gregos herdaram as concepções clássicas dos estilos Jónico, Dórico e Coríntio, aos quais associaram novos estilos, como o toscano. No entanto, a arquitetura romana foi fortemente influenciada pela cultura grega, desenvolvendo, por sua vez, obras que retratavam uma nova realidade, diferente da vivida por gregos em qualquer período de sua história. Nesse sentido destaca-se a imponência e a grandiosidade das construções romanas, refletindo as conquistas e a riqueza desta sociedade - templos, basílicas, anfiteatros, arcos de triunfo, colunas comemorativas, termas e edifícios administrativos – sendo obras que apresentavam dimensões monumentais, tal como o Coliseu. Estrutura do Coliseu: A arena tinha 87,5m por 55 m. Possuía um piso de madeira, normalmente coberto de areia para absorver o sangue dos combates. Curiosidade (uma vez foi colocada água para representar uma batalha naval). No Coliseu existia um nível subterrâneo com celas e jaulas que tinham acessos directos para a arena. Havia também uma cobertura removível para evitar a grande exposição solar e chuva. O Coliseu era formado por cinco anéis concêntricos de arcos e abóbadas representando um grande avanço de engenharia. Os arcos eram feitos de cimento natural revestido por alvenaria. Possui uma planta não em círculo mas sim em forma de elipse. Os eixos da elipse medem aproximadamente 190 metros por 155 metros. A fachada do Coliseu é composta por arcadas decoradas com colunas dóricas, jónicas e coríntias. Esta é uma construcção essencialmente vertical, criando assim uma diversificação do espaço. Os assentos eram em mármore e a cavea, escadaria ou arquibancada, dividia-se em três partes, correspondentes às diferentes classes sociais: o Podium para as classes altas; as Maeniana que eram os sectores para a classe média; e os Portici que eram construídos em madeira, para a plebe e as mulheres. Também existia o Pulvinar, a tribuna imperial, situada no Podium e era balizada pelos assentos reservados aos senadores e magistrados. Por cima dos muros ainda são visíveis as mísulas, que sustentavam o velarium, enorme cobertura de lona destinada a proteger do sol os espectadores e, nos subterrâneos, ficavam as jaulas dos animais, bem como todas as celas e galerias necessárias aos serviços do anfiteatro.

Funcionalidades

Como já referidos, os espetáculos que se passavam no Coliseu eram as caçadas de animais, ou venatio, onde eram utilizados animais exóticos como leões, leopardos, panteras, rinocerontes, hipopótamos, elefantes, girafas, crocodilos e avestruzes. Representações de batalhas famosas, com cenários elaborados e também lutas de gladiadores. Os gladiadores eram geralmente escravos, criminosos condenados à morte ou prisioneiros de guerra. Tais pessoas não tinham qualquer direito e as suas vidas eram consideradas dispensáveis. Sendo o gladiador um escravo, era sempre propriedade do seu mestre. Assim sendo foi adoptado um costume de enviar os escravos para as escolas de gladiadores para que os seus mestres os pudessem enviar para uma luta e ganhar dinheiro com isso. Apesar disto, houve uma minoria de homens livres, chamada de auctorati, que apartir do séc I tomaram os combates no Coliseu como uma profissão. Para a maioria dos romanos os auctorati eram vistos como cidadãos que tinham desprezado a liberdade. No que tocava a execuções, em alguns casos, os imperadores que eram particularmente cruéis podiam enviar pessoas para morrer na arena: sabe-se que Claudius mandou um funcionário para ir para baixo da arena junto dos animais. E que numa outra altura foram enviados todos os prisioneiros de uma prisão para a zona subterrânea, libertando ao mesmo tempo animais famintos apenas porque havia uma escassez de carne. Os jogos inaugurais do Coliseu tiveram lugar no ano 80, sob o mandato de Tito, para celebrar a finalização da construção da estrutura. Depois do curto reinado de Tito começar com vários meses de desastres, incluindo a erupção do Vesúvio (vulcão que entrou em erupção em 79 d.C e matou milhares de pessoas), um incêndio em Roma e um surto de "peste", o mesmo imperador inaugurou o edifício com uns jogos pródigos que duraram mais de cem dias, talvez para tentar apaziguar o público romano e os deuses. Nesses jogos de cem dias terão ocorrido combates de gladiadores, "venationes", lutas de animais, execuções, batalhas navais, caçadas e outros divertimentos numa escala sem precedentes. Para além de ser uma forma de divertimento. O Coliseu era também uma forma de propaganda para os imperadores. Isto de modo a conseguirem “chegar” à plebe. A estrutura parou de ser utilizada para entretenimento no começo da Idade Média, apesar de ter sido mais tarde utilizado como oficina, habitação,pedreira, sede religiosa e templo cristão.

Conclusão

Com este trabalho consegui entender a importância que o Coliseu teve na história. O anfiteatro mais conhecido do mundo é um óptimo exemplo da evolução arquitectónica romana que influenciou bastante a arquitectura e a engenharia moderna. Desde o dia da sua construcção até hoje o Coliseu nunca deixou de ser o símbolo do Império Romano, daquilo que o Império representava. O poder, a grandeza e a expansão territorial e cultural. Acho que este monumento deve ser cuidado e mantido visto que ele possui um enorme papel no que toca ao testemunho histórico que representa , pela importância relativamente à religião católica e também como importante atracção turística.

João Reis nº14 - 10ºL
Marta Magalhães nº 21 - 10ºL

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