domingo, 9 de maio de 2010

A Arte Românica

Com o Cristianismo a arte teve como inspiração a valorização do espírito. Os valores da religião cristã vão impregnar todos os aspectos da vida medieval. Deus é o centro do universo e a medida de todas as coisas. A igreja como representante de Deus na Terra, tinha poderes ilimitados.

Com o passar dos anos, os artesãos da corte de Carlos Magno levaram os artistas a superarem o estilo ornamental da época das invasões bárbaras e redescobrirem a tradição cultural e artística do mundo greco-romano. Na arquitectura esse facto foi decisivo, pois levou, mais tarde, à criação de um novo estilo para a edificação, principalmente das igrejas, que recebeu a denominação de estilo Românico.

A arte românica, desenvolveu-se desde o século XI até ao início do século XIII, período caracterizado pela crise do sistema feudal. No entanto, a Igreja ainda conservava grande poder e influência, determinando a produção cultural e artística desse período, cuja representação típica são as basílicas.

As características mais significativas da arquitectura românica são a utilização da abóbada, dos pilares maciços que as sustentam e das paredes espessas com aberturas estreitas usadas como janelas.

As abóbadas das igrejas eram de 2 tipos: a abóbada de berço e a abóbada de arestas.

A primeira coisa que chama a atenção nas igrejas românicas é o seu tamanho. Trata-se de um estilo essencialmente clerical. A igreja tornou-se a única fonte de encomendas de trabalhos artísticos depois do enfraquecimento da vida da corte. Durante a Idade Média haviam muitas peregrinações e, com isso, várias igrejas foram construídas ao longo dos caminhos como o de Santiago de Compostela.

Numa época em que poucas pessoas sabiam ler e escrever, a igreja recorre à pintura e à escultura para narrar as histórias bíblicas ou comunicar valores religiosos aos fiéis. Um lugar muito usado para isso eram os portais, na entrada do templo. No portal, o lugar mais utilizado eram os tímpanos (área semicircular que fica abaixo da abóbada no vão superior da porta).

Em 910, foi fundada na cidade de Cluny uma abadia de beneditinos onde partiu um movimento de reforma que se estendeu por toda a cristandade nos séculos XI e XII.

Diferente do resto da Europa, a arte românica na Itália não apresenta formas pesadas, duras e primitivas. Por estarem mais próximos dos exemplos das arquiteturas grega e romana, os construtores italianos deram às igrejas um acabamento mais leve e delicado. Os construtores erguiam a igreja, o campanário e o baptistério (local específico para a realização do baptismo entre os cristãos) como edifícios separados.

A pintura românica desenvolveu-se sobretudo nas grandes decorações murais, através da técnica do afresco. Os pintores românicos não são, a rigor, criadores de telas de pequenas proporções, mas verdadeiros muralistas. Estão ligadas às formas arquitectónicas e aos temas bíblicos.

A deformação e o colorismos são as principais características. A deformação colocava sempre os valores religiosos nas representações. Cristo era sempre maior que as outras imagens que o cerca. Os olhos são grandes e abertos. As proporções são intencionadamente exageradas. O colorismo é a utilização de cores chapadas, sem a preocupação com meios-tons ou jogos de luz e sombra, pois não havia a menor intenção de imitar a natureza.

Trabalho realizado por : Bernardo Mora nº 7 10º E

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